sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Escolhas


Chega um momento na vida em que temos que fazer escolhas. Olhar ao nosso redor, decidir o que está e o que não está bom e resolver mudar.
Isso vai desde perder peso, por vaidade ou saúde, até redefinir o que você sente, por quem você sente e como você sente.
O amor nunca muda. Amor de verdade, penso eu, sempre permanece. Ele pode ser espinhoso e machucar às vezes, mas vai estar sempre lá.
O que muda é a sua escolha da forma como você vai querer viver aquele amor. Com muitos beijos, sem beijos, com muitos abraços, sem abraços. Muda a intensidade, o tesão, muda a convivência, mas não a ternura, jamais o afeto. Porque o que entrou no coração, nunca sai de vez, apenas se transforma.
Então você redefine a forma de viver aquele grande amor. E espera, do fundo do seu coração, que ele continue grande a ponto de não caber no seu coração pequenininho...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Pausa


Tem momentos em que o que você mais quer é afundar a cabeça no travesseiro e não levantar nunca mais. Reconhecer todas as suas fraquezas e morar com elas lá, nos lençóis. Não por desânimo ou por apatia, mas simplesmente porque não dá mais. Nem por tristeza também, porque ela já foi embora. Simplesmente porque dá vontade de não agir. De não lutar. De permanecer inerte.
Por que todos e tudo nos dizem para reagir frente às adversidades? Por que levantar a cabeça sempre e continuar lutando? E por que sempre perdas e perdas e perdas? Chega um momento em que cansa e que dá vontade de dizer chega. Chega de tentar. Sem ser pessimista e nem triste. Sem ser melancólica.
Simplesmente chega o momento de não se tomar qualquer atitude. Deixar mesmo que a vida se encarregue das respostas. Sim. Acho que chega um momento em que temos que abaixar a bola e aprender a esperar. Silenciar e aguardar. É difícil? E como. Mas o travesseiro me chama para isso e eu sigo o seu chamado. Silencio e espero. Não luto mais. Pelo menos não por hoje.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Angústia


A angústia bate
Quando você menos espera
É um sentir-se assim
Desesperado
Desalmado

Dá um nó na garganta
Um vazio no peito
E o canal da esperança
De largo
Passa a estreito

Angústia de perder
Pai, mãe
De ser velho
Angústia de não se saber, ser

É a morte do amor
A vitória não alcançada pelo perdedor
Angústia é tristeza aguda
Latente
Que deixa a gente mais do que triste
Menos, muito menos do que contente

Não há contentamento
Alegria
Nem gozo
No angustiado
Seu sentir
É um lodo só
Amargo
Azedo
Fardo pesado


Angústia é mesmo um sofrer
Um padecer
Que logra fortalecer
Aquele que a sente
Aquele que a compreende
Intimamente

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Decepção


Decepção é esperar alguma coisa de alguém
E receber outra
Completamente diferente
E então se sentir
Um pouquinho
menos gente
Inferior quem sabe
Sem ânimo de viver
Sem vontade
Porque você fica assim
Desestimulado
Sem pressa, sem gana
Desanimado

E não sente raiva
Nem nada
A tristeza é sua
E só sua
Um triste assim
De se sentir sozinho
No canto
Amuadinho
Sem companhia, sem presença
Sozinho
Só ausência

Decepção
É ir-se estar só
Triste
Por não se receber aquilo que o sonho sonhou
É chorar calado
sofrer contraído
sentindo-se menos, abafado, um anjo caído
do céu

Mas...
Se tem um lado bom
é que ela passa
Porque sonhamos novos sonhos
Aí é que mora a graça

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Caverna


Não se chega à claridade
Sem antes passar pela escuridão
Doces são os pesares da caverna
Que ensinam sobre a morte
As sombras, e a desilusão

Grata a ti escuridão
As trevas
Por tudo o que me ensinaste
Sem ti penaria mais que tudo
E mentiria se dissesse
Que não penaste
As minhas custas

Fui filha infiel
Por um raio de luz
Te abandonei
Mas posso lhe adiantar
Sucesso aqui
Não logrei

O sol não irradia
O fim da escuridão
Mas sim torna mais densa
Toda minha solidão

Mostra-a mais evidente
Latente
Pungente
E o que antes dormia
Hoje arde em chamas
E rebenta em gritos
Nos meus ouvidos
Roucos
Já loucos

Trago em mim saudades suas
Cavernas de meus dias úmidos e macios
Onde tudo era sombra e nada se distinguia
Se a mim me via
Era mera projeção
E bastava
Sem muito porque
Sem nenhuma indagação

Hoje são muitas perguntas sem respostas
E o tardar das horas se faz pesado

Trago este poema cansado
em tua homenagem
Caverna minha
Para sempre
minha