Por entre as frestas de uma janela estreita
passa um vento
leve e sutil
Traz consigo doce lembrança
de um tempo outrora
meigo, infantil
pés no chão da terra pisada
mãos na teta da vaca suada
vaca materna
bezerros
crianças
fundidos
um só gozo
uma só busca
lembranças
que tempo é esse?
Senão agora?
Responda-me tu
Vaca sagrada
Jorra teu leite em minha boca
preenche-me com o teu contentamento
de me ver ali, filha tua
em igualdade
plena de sanidade e poesia
pés na terra
mãos na teta da vaca suada
A criança cresceu
e por entre a janela
entra a brisa de um
vento sutil
que relembra um tempo infantil
o ar sobrepuja os pensamentos
sobram-lhe os contentamentos
das estórias contadas em cadeiras rodadas
das rodas de pega pega
dos jogos de taco
dos beijos roubados
da face ruborizada
poetizada.
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